Pular para o conteúdo principal

Hidrelétrica danificada no Equador foi construída pela dupla Furnas/ Odebrecht com dinheiro do BNDES

A central hidrelétrica San Francisco, primeira usina no mundo totalmente subterrânea, está localizada no sopé do vulcão Tungurahua, 220 km ao sul de Quito, Equador, e gera 230 MW. Ela custou US$ 338 milhões – dos quais 75% financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Leia a matéria toda

A responsável pelas obras civis é a construtora Norberto Odebrecht, que tem participação de 20% na hidrelétrica. A fiscalização do projeto ficou nas mãos do consórcio formado por FURNAS e a empresa equatoriana Integral. Quando a central hidrelétrica foi inaugurada, o consórcio FURNAS/Integral recebeu elogios da Controladoria Geral da República do Equador: “pela primeira vez no país, uma obra foi devidamente fiscalizada (grifo meu)”; “Do ponto de vista de qualidade, o padrão de San Francisco é equivalente ao das boas obras brasileiras”.

Já no ano passado (2007), alguns dias depois da inauguração, as fortes chuvas comprometeram o fornecimento da energia gerada nas usinas de Agoyán e San Francisco, instaladas no rio Pastaza. A central de San Francisco, que fornece 12% da energia hidrelétrica do país teve que parar devido à cheia do Pastaza.

Agora, em 17 de julho (2008), o Governo do Equador pediu para que fossem feitas investigações sobre danos ocorridos na usina San Francisco inaugurada no ano passado (julho de 2007). Foram constatadas fissuras nos dutos subterrâneos, com 11,25 quilômetros e que conduzem a água até as turbinas. "Existiram, sem dúvida, erros de fiscalização do projeto San Francisco (grifo meu) por parte da empresa brasileira, por isso é preciso investigar os responsáveis pelo assunto", palavras do Ministro de Energia equatoriano (esqueceram os elogios feitos na inauguração).

Além dos problemas estruturais foram constatados desgastes nos rotores das turbinas causados pela abrasão dos sedimentos contidos nas águas do rio Pastaza em conseqüência das erupções do Vulcão Tungurahua.

A hidrelétrica San Francisco começou a ser construída em 2004 com o desvio de parte das águas turbinadas da já existente Central Agoyán para os dutos subterrâneos com 7m de diâmetro, formando um rio "canalizado" que corre paralelo ao rio Pastaza por 11,25 quilômetros e 200m de queda, até a casa de máquinas de San Francisco, também subterrânea.

Esse projeto hidrelétrico de San Francisco, no Equador é resultado de uma parceria entre Odebrecht, Furnas, Alstom e Vatech

Segundo o Ministro de Energia do Equador em visita ao Brasil, em Outubro de 2007, o país deseja seguir o exemplo do Brasil e chegar a uma participação de 80% de fontes hídricas em sua matriz energética.

Comentários

  1. Seria interessante que você demonstrasse de onde tirou esses dados e citações.

    ResponderExcluir
  2. Jonas,

    Todas as informações são fruto de pesquisa na mídia.
    Obrigada pela postagem.
    Telma

    ResponderExcluir
  3. A coisa é simples: o Brasil está crescendo e basta isso para começar a ser tachado de "imperialista". A consequencia é todo mundo querendo morder, e para isso são criados mil e um motivos.

    O que deveria acontecer é o Brasil se defender, a exemplo do que aconteceu com as parceiras européias no projeto, que se negaram a assinar um acordo que a odebrecht propõs que envolvia pagamentos.

    Mas em vez disso seu presidente fica repetindo que é necessário "ajudar" fulano e beltrano, se esquecendo que no seu próprio país ainda há fome e miséria.

    Ou seja, hipócritas querendo levar vantagem sendo beneficiados por um otário. Excelente mistura.

    ResponderExcluir
  4. A aetica Odebrecht de fato deixou o pessoal do Equador mal pois o pais ja sofre com apagoes constantes! Sorte que o presidente Rafael Correia nao pagou !!!Um engenheiro ecuatoriano me disse que desprezaram a mao de obra e tecnicos locais ( experts em sismos e deslizamentos comums na regiao)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Ferrogrão: o que tem por trás dos estudos atualizados pelo Ministério dos Transportes e Infra S/A?

Ferrogrão: o que tem por trás dos estudos atualizados pelo Ministério dos Transportes e Infra S/A?   Telma Monteiro, para o Correio da Cidadania   O que seria um projeto tecnicamente adequado, economicamente viável e ambientalmente equilibrado para o MT e a Infra S.A.? Certamente essa “metodologia” não está tratando disso na atualização dos estudos da Ferrogrão em que minimizam as chamadas subjetividades e maximizam os fatores só importantes para o projeto econômico.   Introdução para atualizar nossa memória sobre o projeto Ferrogrão O projeto da Ferrogrão envolve a construção de uma ferrovia com aproximadamente 933 km para ligar Sinop (MT) ao porto de Miritituba (PA), para escoar, segundo a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), até 52 milhões de toneladas de commodities agrícolas por ano. O traçado previsto no projeto é paralelo à BR-163 em que parte está dentro do Parque Nacional do Jamanxim, que é UC Federal. Além disso, o Tribunal de Contas da União (T...

O “desenvolvimento sustentável” no acordo de energia nuclear entre Brasil e China

O “desenvolvimento sustentável” no acordo de energia nuclear entre Brasil e China Imagem: Portal Lubes Telma Monteiro, para o Correio da Cidadania   O presidente Lula e Xi Jinping assinaram um acordo (20/11) no qual um dos itens propõe a construção de novas usinas nucleares com tecnologia considerada, no documento, avançada e segura, além de ser um marco importante na cooperação entre Brasil e China. O acordo promete fortalecer a capacidade produtiva e a segurança energética dos dois países, promovendo o desenvolvimento de tecnologias nucleares de ponta. Não esqueçamos que Angra 3 já está caindo de velha, antes mesmo de ser terminada. A construção da usina, localizada no estado do Rio de Janeiro, entrou na sua fase final com a montagem dos componentes principais e instalação do reator nuclear. Angra 3 está em obras desde 30 de maio de 2010 e enfrentou vários atrasos ao longo dos anos. As interrupções aconteceram em 2015 devido a uma revisão do financiamento e investigações ...

A “colonização dourada” idealizada pela China

A “colonização dourada” idealizada pela China   Telma Monteiro, para o Correio da Cidadania   Houve ainda quem mencionasse que esses acordos ajudariam o Brasil a diversificar suas atuais fontes de tecnologias com origem em outros países e reduziriam sua dependência. Me parece mais uma troca de “dependências”, só que no caso da China seria muito mais abrangente e sem retorno. A China não transfere tecnologia em troca de nada. Geralmente Xi Jinping condiciona a investimentos disfarçados em parcerias comerciais. Empresas brasileiras teriam que participar de joint ventures , assimilar e depender da transferência de tecnologia como parte do acordo.   Mais de 100 países já aderiram à Nova Rota da Seda ou Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) [1] . Dos 100 países, 22 são da América Latina. Durante a visita de Lula à China, em abril de 2023, já haviam sido assinados vários acordos para reforçar a cooperação econômica entre os dois países. A China tem pressionado o Brasi...