Iniciei minha vida em terras distantes Tenho seguido por vales, planícies e montes Meu dossel tem sido defendido com luta, mas sigo conquistando meu caminho Passando e passando e vendo tudo mudar Aos poucos, sutilmente. Os vales não são mais tão verdes, e as várzeas nem tão vivas Sinto passar por mim a energia e sinto o sopro do perigo Terras escorrem, nas minhas margens, qual sangue de ferimento O miasma da vida se esvai e o ar, sinto faltar. Meus lamentos foram ouvidos, distantes deste leito Em terras faltantes e, no vácuo, em que nunca ecoam Meu reino está ameaçado e minha alma destroçada Sinto a vida se esvaindo e o amor falso me consumindo. Alguém ouviu meu lamento e, ao fundo, meu borbulhar Sou rio, tento gritar, mas no silêncio estou fadado a fraquejar Quem me dera continuar meu caminho Quem me dera sua alma vivesse nas moléculas do meu ser. Aliado amigo, sem você não vou sobreviver Não terei forças sem tuas mãos e não serei senhor sem ti, meu defensor. Minhas águas vão percorre...