Pular para o conteúdo principal

Consórcio apresenta hoje mudanças para usina de Jirau

27/05/2008 (10:38)
A Tarde Online

Agencia Estado
O diretor de Engenharia da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), José Ailton de Lima, disse hoje, ao chegar para reunião na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que o consórcio vencedor do leilão de Jirau (formado por Suez, Camargo Correa, Eletrosul e Chesf) vai "tentar formalizar", hoje, junto à Aneel, as mudanças que pretende fazer no projeto da hidrelétrica, no Rio Madeira.

Na semana passada, logo após vencer o leilão, o consórcio anunciou que para reduzir em R$ 1 bilhão os custos da obra, pretende deslocar em nove quilômetros o ponto, no Rio Madeira, onde será construída a hidrelétrica. O anúncio causou imediata reação dos concorrentes do consórcio, que afirmam que novos estudos ambientais terão que ser realizados por conta da alteração.

Lima rebateu essas afirmações e disse que isso "é uma questão de ponto de vista". Ele disse que não será necessário fazer um novo estudo de impacto ambiental nem buscar outra licença prévia junto ao Ibama. "Os estudos ambientais que já foram feitos cobrem um trecho do rio de quase 50 quilômetros, que vai de Abuanã (RO) até Porto Velho. O local onde queremos construir a barragem está dentro desse trecho estudado", garantiu.

Lima informou que na próxima semana os técnicos do consórcio deverão ter uma reunião no Ibama para apresentar o que as mudanças no projeto poderão representar no ponto de vista ambiental. "O nosso projeto reduz o impacto no meio ambiente, principalmente porque deixaremos de escavar 43 milhões de toneladas de rocha", disse Lima. Ele também afirmou que essas alterações não deverão atrasar "em nada" o cronograma de obra, tanto de Jirau quanto de Santo Antônio.

Lima também rebateu críticas dos concorrentes de que o edital de Jirau prevê, em seu anexo 2, coordenadas geográficas indicando o local onde a usina deverá ser construída e que, portanto, a alteração do local seria um desrespeito ao edital. "A localização prevista no edital não é assim tão rígida", defendeu. Segundo ele, a Constituição brasileira define que as usinas hidrelétricas devem ser construídas nos locais onde o aproveitamento energético é o melhor possível. É justamente essa argumentação que Lima e outros técnicos do consórcio vão expor hoje a diretores e técnicos da Aneel. "Na Aneel, vamos tratar da viabilidade técnica do projeto e no Ibama, da parte ambiental", disse

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ferrogrão: o que tem por trás dos estudos atualizados pelo Ministério dos Transportes e Infra S/A?

Ferrogrão: o que tem por trás dos estudos atualizados pelo Ministério dos Transportes e Infra S/A?   Telma Monteiro, para o Correio da Cidadania   O que seria um projeto tecnicamente adequado, economicamente viável e ambientalmente equilibrado para o MT e a Infra S.A.? Certamente essa “metodologia” não está tratando disso na atualização dos estudos da Ferrogrão em que minimizam as chamadas subjetividades e maximizam os fatores só importantes para o projeto econômico.   Introdução para atualizar nossa memória sobre o projeto Ferrogrão O projeto da Ferrogrão envolve a construção de uma ferrovia com aproximadamente 933 km para ligar Sinop (MT) ao porto de Miritituba (PA), para escoar, segundo a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), até 52 milhões de toneladas de commodities agrícolas por ano. O traçado previsto no projeto é paralelo à BR-163 em que parte está dentro do Parque Nacional do Jamanxim, que é UC Federal. Além disso, o Tribunal de Contas da União (T...

O “desenvolvimento sustentável” no acordo de energia nuclear entre Brasil e China

O “desenvolvimento sustentável” no acordo de energia nuclear entre Brasil e China Imagem: Portal Lubes Telma Monteiro, para o Correio da Cidadania   O presidente Lula e Xi Jinping assinaram um acordo (20/11) no qual um dos itens propõe a construção de novas usinas nucleares com tecnologia considerada, no documento, avançada e segura, além de ser um marco importante na cooperação entre Brasil e China. O acordo promete fortalecer a capacidade produtiva e a segurança energética dos dois países, promovendo o desenvolvimento de tecnologias nucleares de ponta. Não esqueçamos que Angra 3 já está caindo de velha, antes mesmo de ser terminada. A construção da usina, localizada no estado do Rio de Janeiro, entrou na sua fase final com a montagem dos componentes principais e instalação do reator nuclear. Angra 3 está em obras desde 30 de maio de 2010 e enfrentou vários atrasos ao longo dos anos. As interrupções aconteceram em 2015 devido a uma revisão do financiamento e investigações ...

A “colonização dourada” idealizada pela China

A “colonização dourada” idealizada pela China   Telma Monteiro, para o Correio da Cidadania   Houve ainda quem mencionasse que esses acordos ajudariam o Brasil a diversificar suas atuais fontes de tecnologias com origem em outros países e reduziriam sua dependência. Me parece mais uma troca de “dependências”, só que no caso da China seria muito mais abrangente e sem retorno. A China não transfere tecnologia em troca de nada. Geralmente Xi Jinping condiciona a investimentos disfarçados em parcerias comerciais. Empresas brasileiras teriam que participar de joint ventures , assimilar e depender da transferência de tecnologia como parte do acordo.   Mais de 100 países já aderiram à Nova Rota da Seda ou Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) [1] . Dos 100 países, 22 são da América Latina. Durante a visita de Lula à China, em abril de 2023, já haviam sido assinados vários acordos para reforçar a cooperação econômica entre os dois países. A China tem pressionado o Brasi...